Ele: Diga você, que está ai em cima deste altar, o que quer de mim?
Corifeu: Queremos a sua sabedoria, aquela que lhe torna humilde ao mesmo tempo que imponente como um rei.
Ele: Mas minha sabedoria não é minha, ela já é do mundo, pois foi nele que eu a encontrei.
Corifeu: Então nos diga onde a achou.
Ele: Pois digo-lhe sim. Aliás, se tivesse prestado real atenção no que acabei de dizer, já saberia onde procurar, achei tão simples adorno no mundo.
Corifeu: Mas o mundo é amplo demais para procurar.
Ele: E mais ampla é a variedade de sabedorias que poderá achar.
Coro: Queremos a sua! A sua é que nos interessa! Queremos a sua!
Corifeu: Conhecimentos de mundo todos temos, mas queremos a humildade daquele que não se acha capaz de julgar para então podermos deliberar sobre os assuntos de forma imparcial.
Diga então algo sobre alguma coisa, pegue um assunto, desenvolva argumentos e nos convença. Deixe que nós analisemos seus métodos.
Ele: Sobre qual assunto quer que eu fale?
Coro: Qualquer assunto! Sobre todos os assuntos!
Ele: Pois querem que eu fale sobre algo e opine, mas para opinar teria que fazer um julgamento e tomar uma posição. Esse papel neste mundo é seu Corifeu e portanto para tal eu teria que subir nesse altar. Digo então (sobe no altar) que aqui de cima ninguém pode jamais ser humilde e imparcial, aqui se ganha credibilidade mas se perde inocência, deste impetuoso elevado de ouro saem os mais diversos julgamentos para todos os assuntos.
Não o condeno por ser aquele que é prepotente por achar que detém A verdade; nem tu Corifeu nem todo o Coro que o segue de olhos blindados. Não o condeno pois todo aquele que o condenar há de tomar seu lugar (desce do altar) e eu nada sou para julgar.
Corifeu: Verdades sejam feitas aqui de cima, não importa se boas ou más, mas sejam feitas então. Mas que o mundo saiba que ele sobe constantemente no altar da prepotência!
Um comentário:
Gostei muito do teu texto colega.
Parabéns (:
Postar um comentário